Sempre sonhou em ser drag, mas o medo, a insegurança ou até a falta de apoio te travaram? Então, vem cá, vamos conversar. Porque se tem uma coisa que o mundo drag ensina é: a vida é curta demais pra não se jogar e correr atrás desse sonho.
A maquiagem de drag queen é sobre se expressar, brincar com possibilidades e se olhar no espelho com orgulho. É um passo lindo pra fora da caixinha, mas também um gesto de carinho com quem você é por dentro.
Cada cor, cada camada de base, cada batom… tudo isso vai além da estética. É identidade. É liberdade. E tá tudo bem começar aos poucos. A gente vai junto, sem pressa e sem regras.
Mas vamos lá, se só de ler isso o coração já bate mais forte, é porque talvez esse seja o momento de dar o primeiro passo. Bora começar?
Entenda o movimento drag
O drag vai muito além do glamour: é um movimento cultural e político poderosíssimo. Nasceu em performances teatrais (tipo vaudeville e pantomima) do século XIX, mas ganhou vida mesmo em eventos clandestinos, como os drag balls realizados pela comunidade negra e latina em Nova York, ainda no fim dos anos 1800.
Esses encontros eram espaços sagrados de liberdade, longe dos olhos opressores da sociedade.
Na década de 1960, o drag deu um passo gigante: esteve no coração dos protestos de Stonewall, com figuras icônicas como Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, que foram fundamentais na luta por direitos LGBTQIAPN+.
A partir daí, drag começou a se autodefinir como resistência política, ferramenta de visibilidade e afirmação identitária.
Chegando nos anos 2000, com o lançamento de RuPaul’s Drag Race em 2009, o movimento explodiu no mainstream. A série abriu portas pra cultura drag ser celebrada globalmente, trazendo autoestima, orgulho e muita representatividade.
Mas, gata, ser drag questiona padrões de gênero, a própria linguagem — tipo o famoso “yas queen” e “slaaay” — e ainda hoje enfrenta violência e preconceito, mas segue firme, ensinando coragem, expressão e amor próprio .
Então, quem sempre quis se jogar no drag, mas ficou com receio, saiba: esse movimento é histórico, acolhedor e transformador. É sobre encontrar sua voz, desafiar limites e se empoderar.
Quais são as características marcantes em uma make de drag queen?
Pra começar. não tem essa de “menos é mais”, tá? Aqui o lema é “quanto mais, melhor”: mais cor, mais brilho, mais atitude. A maquiagem de drag queen é pra quebrar qualquer regra do básico.
Pra começar, o contorno é tudo. Sabe aquele contorno levinho que a gente usa no dia a dia? Esquece! No drag, ele é marcado mesmo, pra transformar o rosto e criar aquelas maçãs do rosto lá em cima e um nariz mais fino.
A ideia é moldar o rosto com maquiagem pra ele parecer maior, mais expressivo e bem mais teatral. Isso vem da tradição do palco, porque antes de estar nas redes, as drags estavam no spotlight, com luz forte na cara.
A maquiagem precisava aparecer da última fileira do teatro. Por isso, exagerar nunca foi problema, e sim solução.
Pálpebra com glitter, delineado bem puxado, cílios enooormes, tudo junto, porque sim! E tem mais: cola (ou raspa) na sobrancelha para cobrir os pelos naturais e criar uma nova expressão por cima. Assim, você abre um leque de possibilidades artísticas surreal.
Ah, e claro, sem esquecer do bocão, né? Contornado, com lápis escuro e batom no centro: aquele efeito degradê que faz o lábio parecer ainda maior, conhecido como ombre lips.
Se quiser ver essas técnicas agorinha mesmo, vale dar uma pesquisada nas lendas como RuPaul, Pabllo Vittar, Gloria Groove e Trixie Mattel. Elas arrasam tanto que são referência mundial.
Tipos de Drag
Cada artista cria sua própria linguagem, mas existem alguns tipos de drag que ficaram mais conhecidos. Olha só:
Drag Queen
É o tipo mais famoso! São artistas (de qualquer gênero) que performam o feminino exagerado: bocão, cílios imensos, saltão, looks bafônicos. A ideia é brincar com o glamour, a sensualidade e a força da mulher.
Ex: RuPaul, Gloria Groove, Pabllo Vittar, Alaska Thunderfuck.
Aqui, a performance gira em torno da masculinidade exagerada. Pode ser feita por pessoas de qualquer identidade de gênero. Os drag kings trazem referências como rockstars, galãs, rappers… É babado!
Ex: Spikey Van Dykey, Landon Cider (vencedor do Dragula), Elvis Herod.
São mulheres cis que fazem drag, ou seja, performam o feminino de maneira exagerada e artística. E sim, são tão drags quanto qualquer outra! Elas arrasam no palco e quebram tabus.
Ex: Creme Fatale, Jizzabella, Chappell Roan.
É pra quem ama o lado sombrio da força! Essas drags têm uma estética mais dark, assustadora, às vezes grotesca. Misturam terror, fetiche, horror e muita criatividade. Dragula é o reality ideal pra ver esse tipo de arte.
Ex: Victoria Elizabeth Black, Dahli, Sigourney Beaver.
Cheias de atitude e referências alternativas, as club kids nasceram nos anos 80/90, nas baladas underground de Nova York. São drags que exploram formas, cores e visuais bem fora do comum.
Ex: Leigh Bowery, Susanne Bartsch.
Performam algo mais fluido, nem totalmente feminino, nem 100% masculino. Misturam traços de ambos ou criam algo completamente novo. São o reflexo da liberdade na arte drag!
Ex: Milk, Sasha Velour e Gottmik (vencedoras do RuPaul’s Drag Race, temporada 6, 9 e 13, respectivamente).
É uma categoria mais ampla, que mistura gêneros, estilos e expressões. Pessoas não binárias e de gêneros diversos se sentem muito representadas por essa linha. A ideia é não seguir padrão nenhum, só sentir e expressar.
Ex: Tenderoni, Juno Birch e Sissy That Walk (coletivo).
Resumindo? Drag é uma arte viva, mutante, libertadora. Se você quer criar sua persona, não precisa se encaixar em nenhum rótulo, você pode ser o que quiser.
Ask the Drag!
Bom, nada melhor do que ouvir da boca de quem já se monta e é m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a nisso, né?
E pra te ajudar a dar esse primeiro passo sem medo, a gente bateu um papo com Kata lana (que nas horas vagas, é Felipe Catalano). Ela respondeu tudo sem filtro e a gente te conta tudinho aqui.
Primeiro: dá pra começar com o que você tem. Segundo Kata lana, tudo rolou no meio da pandemia:
“Sempre me interessei por maquiagens e artes visuais. Nesse período de isolamento, em casa, comecei a estudar maquiagem e treinar.”
Ou seja: tempo, vontade e coragem já formam o trio ideal pra iniciar. O resto, a gente vai moldando.
A maquiagem, no universo drag, não é só vaidade. É resistência, arte, transformação.
“A make drag é uma expressão artística muito forte. É como uma máscara. Você coloca essa máscara e se torna um super-herói.”
E, cá entre nós, quem nunca quis ser a própria versão de Mulher-Maravilha com um um pouco mais de glam?
A Kata lana ainda contou que sua inspiração tem tudo a ver com o glamour retrô:
“Minhas maiores inspirações pra drag foram a boneca Barbie e a atriz Marilyn Monroe. Lábios bem contornados, delineado grosso e cílios longos. Uma estética voltada aos anos 50, 60.”
Puro poder, né?
E pra quem quer começar, mas trava só de pensar na primeira montação, a Kata tem um recado pra você:
“Antes de tudo, faça por amor e seja leve. Não se cobre por perfeição e sobreviva às primeiras montações: depois de um tempo você verá a evolução. Maquiagem é um esporte, e você só se torna bom treinando.”
Sem atalhos e mágica, ok?
Por fim, se você ainda não conhece de perto a arte Drag, Kata deixa um recadinho pra quem precisa só de um empurrãozinho pra pegar o primeiro pincel:
“Se você é o tipo de pessoa alto astral, que gosta de fazer os outros sorrirem, precisa conhecer uma drag queen”.
Conheça mais sobre o trabalho da Queen Kata lana em @eusoukata.
Join the Pink Poney Club!
Chega de esconder quem você é ou deixar o medo te segurar. Se montar garante que você seja como Hannah Montana (a Drag Queen mais famosa para as crianças) e você “You get the best of both worlds!” (tradução livre: você ganha o melhor dos dois mundos!).
E olha, ninguém nasce sabendo fazer um cut crease perfeito ou colar peruca com perfeição. Até as grandes divas passaram pela fase da cola torta, base errada e cílio caindo. Faz parte! Como disse a Kata lana, “sobreviva às primeiras montações”. O resto vem com treino, paciência e muito espelho.
Então, se bateu aquela vontade de dar o nome, corre no nosso site, gata! Lá tem tudinho pra sua make ficar babado: base, sombra, glitter, delineador, tudo pra make não derreter no primeiro lip sync.
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